quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A partir do dia 2 de janeiro de 2014, os planos de saúde serão obrigados a bancar exames de alta complexidade para o rastreamento de 29 doenças genéticas.

ANS amplia cobertura nacional de exames genéticos

  • Planos terão que pagar por análises preventivas de doenças hereditárias

Testes genéticos. A partir de 2014, planos de saúde terão que cobrir exames para determinar 29 doenças hereditárias
Foto: Douglas C. Pizac / AP
Testes genéticos. A partir de 2014, planos de saúde terão que cobrir exames para determinar 29 doenças hereditárias Douglas C. Pizac / AP
- A partir do dia 2 de janeiro de 2014, os planos de saúde serão obrigados a bancar exames de alta complexidade para o rastreamento de 29 doenças genéticas. A recomendação já existia, porém sem normas claras, o que gerava ambiguidade e demora na aprovação. Com a publicação das diretrizes de utilização pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), realizada ontem, especialistas afirmam que os trâmites serão mais rápidos e os benefícios, maiores.
- É um grande ganho, pois até então tinha uma recomendação muito genérica - afirma Helio Torres Filho, integrante da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e diretor médico do laboratório Richet. - Agora eles criaram regras para essa cobertura determinando para quais pacientes ela será oferecida.
Na lista dos exames, aquele que determina alterações genéticas que podem levar aos cânceres hereditários de mama, para homens e mulheres, e ovário, em grupos de alto risco (pessoas que têm vários casos na família) é o mais comemorado. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a doença matou 52.680 mulheres somente em 2012.
A análise dos genes BRCA1 e BRCA2 ficou famosa após a atriz Angelina Jolie realizar uma mastectomia dupla para a retirada das mamas. Casos como o de Angelina, em que mãe e tia morreram em decorrência da doença, terão cobertura obrigatória pelo plano.
- Uma mulher sem nenhum fator de risco tem cerca de 12% de chance de desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Se ela pertence a uma família portadora da mutação genética, a chance aumenta para 80% até os 60 anos - explica Mauro Zukin, diretor técnico do Grupo COI, Clínicas Oncológicas Integradas. - Isso não é uma sentença de morte, ao contrário, é uma sentença de vida, pois agora vamos ter mais chance de acompanhar esses casos de uma maneira mais eficaz.
A medida pode acabar barateando os exames genéticos, que são muito mais caros no país pela necessidade de importar reagentes e equipamentos com alta tributação. Com a maior procura pelas análises, especialistas afirmam que os custos devem cair. Para se ter uma ideia, o exame que identifica mutações no BRCA1 e BRCA2 custa R$ 9 mil no Brasil, enquanto sai por US$ 3 mil nos Estados Unidos.
Outras doenças hereditárias, como as raras adrenoleucodistria - que atinge as glândulas adrenais, o sistemas nervoso e os testículos -, e a ataxia de Friedreich, que pode causar dificuldades no equilíbrio e falta de coordenação, também terão exames cobertos.
- São doenças que podem se manifestar ao longo da vida e não vai mudar muito para o paciente saber que possui esse cromossomo alterado, pois a doença não tem cura e ainda pode deixar o paciente com depressão - analisa Roni Zanenga, geneticista do laboratório Carlos Chagas. - Mas, mesmo assim, o exame pode ser benéfico pois poderia impedir um casal de passar o gene para os seus filhos, por exemplo. É uma discussão que tem que ser feita.
Para requerer o exame, o segurado deverá receber a indicação de um médico para que procure um geneticista. De acordo com a norma publicada pela ANS, é somente o geneticista quem poderá pedir o exame, após confirmação de necessidade e verificação de enquadramento nas diretrizes da agência (detalhadas no quadro ao lado).
- É muito importante que um geneticista peça o exame para que não vire moda e não sobrecarregue os convênios - ressalta Zanenga. - Além disso, é fundamental que este profissional seja responsável pelo diagnóstico, pois se o médico não tiver experiência, não saberá interpretar os resultados.
Escassez de geneticistas
Apesar da obrigatoriedade, a falta de profissionais de genética pode colocar em risco a abrangência da medida.
- Existem poucos geneticistas e a maioria não tem convênio com planos de saúde - afirma Christian Domenge, diretor científico do Hospital 9 de Julho. - Além disso, os reembolsos são muito difíceis de se conseguir. Eu acredito que essa medida terá de ser revista.
Segundo Karla Coelho, gerente de Assistência à Saúde da ANS, todos os planos devem disponibilizar geneticistas:
- O segurado deve ligar para a operadora e pedir indicação de especialista. Se não tiver na rede, pode pedir reembolso. Caso tenha dificuldade, reclamações devem ser feitas no telefone 0800 7019656 ou por meio do site www.ans.gov.br/faleconosco.
Em nota, a Abramge (Associação dos Planos de Saúde) afirmou que a medida será objeto de “avaliação atuarial para cálculo das mensalidades, que poderão ser reajustadas".
Veja a lista completa de doenças e os critérios para a solicitação dos exames no site da ANS.

 


MLC1 e Glial-Cam




Megaencefalia com Encefalopatia com cistos subcorticais MLC1, cistos esses existentes desde o principio e geralmente bem localizados subcorticais, muito confundida com Mielina Evanescente também descrita pela Dra Van der Knaap, alguns casos muito raros pode ter macrocefalia e associada com ataxia é uma doença lentamente progressiva, podendo apresentar cistos tardio.

Na  Megaencefalia recentemente descobriu-se mutações em dois genes MLC1 e Glial- Cam , sendo que no Glial- Cam  tem o padrão similar a MLC1 com duas formas de herança, sendo a primeira recessiva ( uma forma de mutação do pai e uma forma de mutação da mãe ) ou a forma dominante ( mutação do pai ou da mãe ) possivelmente um deles pode ter a macrocefalia. Na forma dominante geralmente o resultado da ressonância magnética melhora  chegando até a normalizar-se.  

Por isso no início a Glial-Cam é igual a MLC1 e quando há  apenas uma  mutação obtem -se melhora, já com as duas formas de mutação geralmente o quadro é mais crônico , mas não progressivo sendo esse o diferencial.

A MLC1 foi a primeira grande descoberta em 1995  pela Dra Van der Knaap que recentemente veio a descobrir que na verdade não é um gene de  mielina como todos imaginavam e sim um gene que regula a entrada de água no cérebro, por isso há impressão de edema cerebral nas ressonâncias.
Estuda-se num mecanismo de modulação de sódio ( ou água ) no cérebro

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Descrição de Leucodistrofia

Leucodistrofia é uma alteração na substância branca do

cérebro com obstrução de mielina ou com a mielina alterada, é

um subgrupo das Leucoencefalopatias.

Leucoencefalopatia é um termo mais amplo, é qualquer

alteração na substância branca do cérebro, como doença de

Canavan, Alexander, MLC1 e outras nunca descritas.


Um dos tipos mais conhecido de Leucodistrofia é a  ADL

Se você assistiu ao filme O Óleo de Lorenzo provavelmente já conhece um pouco sobre os problemas causados pela leucodistrofia, distúrbio genético que causa a destruição da bainha de mielina – película que protege os nervos e permite os impulsos nervosos. No longa-metragem, lançado em 1992 e inspirado em fatos reais, o garoto Lorenzo sofre com adrenoleucodistrofia (também conhecida como ADL), uma leucodistrofia que atinge aproximadamente 1 em cada 50.000 indivíduos. Apesar do óleo apresentado no longa ajudar a adiar ou reduzir os efeitos da doença, não existe ainda um tratamento definitivo para as leucodistrofias e estudos estão sendo conduzidos atualmente para entender melhor suas causas. Entre os sintomas da doença estão problemas de percepção, disfunção adrenal, perda da memória, da visão, da audição, da fala, deficiência de movimentos e demência.
 
 

Novas esperanças em reverter ou interromper o processo em muitas Leucodistrofias

 " Marjo van der Knaap , MD , Ph.D.,

 ( Centro Universitário VU Medical , Amsterdam , Holanda) discutiram o mais recente
entendimento de doenças que afetam edema da substância branca do cérebro . Estes incluem subgrupos de doenças que alteram hipomielinizante difusão da água dentro de astrócitos levando a inchaço celular, formação de mielina vacúolo e macrocefalia . Alguns pacientes têm tremor , ataxia e distonia , mas não mostram a deterioração esperado ao longo do tempo . Em MLC , há evidências de difusão de água anormal na ressonância magnética , e os pacientes apresentam . Estudos recentes indicam que a proteína MLC1 interage com duas outras proteínas ( glialcam e CLCN2 ) em endfeet astrócitos , que é importante para a actividade normal do canal de cloreto . Mutações nos genes para estas proteínas resulta em acumulação perturbado água em mielina , macrocefalia , atraso no desenvolvimento , convulsões e outros sintomas . Alguns pacientes com MLC tipo II pode até mostrar um fenótipo melhorar ao longo do tempo . No geral, novo entendimento nas causas de regulação da água no cérebro pode trazer idéias sobre maneiras de reverter ou interromper o processo em muitos dos leukodystrophies caracterizadas por edema da substância branca do cérebro "

http://ulf.org/wp-content/uploads/2011/08/ULF-Fall-Winter-2013-2014-Newsletter.pdf



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Lançamento livro Doenças Raras de A a Z

 
Doenças Raras de A-Z é o nome do livro que acaba de ser lançado no XXV Congresso Brasileiro de Genética Médica pela APMPS (Associação Paulista de Mucopolisacaridose). A publicação disponibiliza informação sobre doenças consideradas raras e que atingem cerca de 13 milhões de brasileiros, segundo estudo dados da INTERFARMA.
Segundo informações da APMPS, grande parte das doenças raras são patologias de origem genética e não possuem protocolo para diagnóstico e tratamento pelo SUS e o livro vem para responder a uma demanda da sociedade civil e comunidade médica por mais informações sobre o assunto. Ele tem como objetivo disponibilizar informações válidas para a comunidade médica e sensibilizar os tomadores de decisões e formuladores de políticas públicas sobre a importância do tema. Como objetivos de longo prazo, os autores da publicação esperam que os brasileiros passem a ter acesso ao diagnóstico e ao tratamento dessas doenças.
A elaboração da obra envolveu mais de 60 especialistas de diferentes áreas e foi coordenada pelo médico geneticista Charles Marques Lourenço da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto e teve o prólogo dedicado pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Com certeza, essa publicação vem para ajudar milhares de famílias que sofrem com a falta de diagnósticos e informação sobre as doenças de seus filhos e familiares”, diz Lourenço.
“Esta obra foi feita com muita dedicação e carinho por especialistas nas patologias, para poder levar a informação todos os que dela precisam. É um marco no seara das doenças raras. E também só o começo”, diz a fundadora e Presidente da APMPS, Regina Prospero.
O livro trás detalhes sobre cada doença, informações sobre sintomas, casos de pacientes e os principais tratamentos e diagnósticos e será distribuído gratuitamente pela APMPS.
 
Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail apmps@apmps.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .


 
Confira as doenças que estão no livro:
Acromegalia
Anomalias da Diferenciação Sexual
Ataxia Telangiectasia
Bannayan-Riley-Ruvalcaba
Biotinidase
Chédiak-Higashi
Cornélia de Lange
Costello
Deleção do braço curto do cromossomo 5
DiGeorge
Dravet 32
Espinha Bífida
Ehlers-Danlos
Fabry
Fenilcetonúria
Fibrodisplasia Ossificante Progressiva
Gaucher
Granulomatosa Crônica
Hemoglobinúria Paroxística Noturna
Hipocalémia Hipertensiva Recessiva
Huntington
Ictiose Lamelar
Imunodefi ciências Primárias
Insensibilidade congênita à dor
Jarcho-Levin
Jeune
Joubert
Kabuki
Kawasaki
Klinefelter
Lowe
Machado-Joseph
Marateaux-Lamy
Marfan
Mielofi brose Primária
Morquio
Mucopolissacaridoses
Niemann-Pick tipo C
Noonan
Osteogénese Imperfeita
Osteopetrose
Opitz G/BBB
Paramiloidose
Polineuropatias Imunomediadas
Pompe
Porfíria Eritropoiética Congênita
Querubismo
Rett
Retinoblastoma Hereditário
Rubinstein Taybi
Síndrome Hemolítico Urêmica Atípica
Smith-Lemli-Opitz
Smith Magenis
Tirosinemia tipo I
Unverricht-Lundborg
Usher
Von Hippel-Lindau
West
Williams
Wolf-Hirschhorn
Xantomatose Cerebrotendínea
X Frágil
XYY
Young-Simpson
Yunis Varon
Zellweger
Zimmermann-Laband
 
 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Novos casos suspeitos de Síndrome de Van der Knaap

A família " Van der Knnap " está aumentando...
Em pensar que lá atrás em 2006 achávamos que estávamos só...
E devagarinho foi surgindo um anjinho e mais outro e mais outro ... e hoje já são 13 anjinhos sendo 07 anjinhos no Brasil ( Pedro, A...
ugusto, Kessinho, Miguel, Caio, Bethania e Julianne ) ; 02 anjinhas na Colômbia; 1 anjinho no Chile  01 anjinho em Portugal e 02 anjinhos no Texas.
Insisto em dizer que não é uma mera coincidência, se Deus nos colocou no mesmo caminho é porque temos uma missão muito importante a cumprir e essa missão já está tendo uma dimensão a nível mundial.
O que eu mais desejo é que mesmo com distância possamos nos unir cada vez mais, nas dificuldades, nas vitórias e nas conquistas.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Síndrome de Van der Knaap

Em 1995, a Dra. Marjo Van der Knaap e sua equipe, descreveram pela primeira vez uma síndrome caracterizada pela presença de leucoencefalopatia e megalencefalia.
Com imagens características através da ressonância nuclear magnética (RNM), estudos mais aprofundados da nova enfermidade foram propostos pelos autores, assim ...como os critérios para diagnóstico.
A princípio, acreditava-se que a doença tinha por característica o aparecimento de sintomatologia nos primeiros anos de vida. Contudo, acompanhando os artigos médicos disponibilizados recentemente, observamos não podemos estabelecer com precisão este dado. Assim, os sintomas podem variar, como variam os tipos de mutação genética que a doença apresenta.
Que temos ciência, no Brasil, não foram contabilizados mais de dez casos. Com relatos provenientes de Índia, Tunísia, Turquia, Israel, Japão, EUA, China, entre outros países, podemos considerar que existam em torno de cem casos registrados pela literatura médica ao redor do mundo.
Acreditamos que, em função da especificidade do processo de diagnóstico e da dificuldade do acesso à Ressonância Magnética em algumas regiões, assim como a variação do quadro de sintomas, podem existir muitos outros portadores em condição de sub-diagnóstico.
O nome científico dado à síndrome é LEUCOENCEFALOPATIA MEGALENCEFÁLICA. Dentro desta denominação existem variações genéticas:
• Leucoencefalopatia Megalencefálica com Cistos Subcorticais
• Leucoencefalopatia Megalencefálica com Substância Branca Evanescente e Cistos Subcorticais
• Ataxia da infância com Hipomielinização Central
• Síndrome de Van der Knaap Tipo II GLIAL CAM
A Síndrome de Van der Knaap é uma doença provavelmente autossômica recessiva (é caracterizada por atingir homens e mulheres na mesma proporção e induzida pelo gene recessivo originado do cruzamento genético dos pais do indivíduo).
A doença ataca principalmente uma parte do axônio, chamada bainha da mielina. Esta parte do axônio envolve os tratos nervosos no Sistema Nervoso Central e Periférico, constituída de camadas biomoleculares de lipídeos intercaladas com proteínas.
A mutação genética, que desencadeia a doença cria um processo no qual ocorre uma degeneração progressiva da bainha da mielina.
O grande questionamento que temos acompanhado nas pesquisas ao redor do mundo é: os portadores nascem com a mielina insuficiente, ela se degenera com o tempo, ou existe alguma ineficiência nos processos de alimentação celular a nível neuronal? Esta é uma das grandes incógnitas ainda a ser identificada na doença.
Outros sintomas neurológicos desencadeados são:
Aumento da substância branca (parte do cérebro constituída pelas fibras nervosas e por células da glia. Estas fibras são cobertas por mielina, um material lipídico brancacento); compressão da substância cinzenta (substância constituída pelos corpos celulares dos neurônios e suas células de sustentação "células da glia". É cinzenta por conter muitas células e pouca mielina); possível aparecimento de cistos.
SINTOMAS
As características e sintomas podem variar de acordo com o portador e o tipo de Leucoencefalopatia. A título de informação citaremos alguns dos sintomas mais característicos:
1 - Macrocefalia ou aumento do perímetro cefálico PC (crânio aumentado, mas não é uma regra);
2 - Desenvolvimento psicomotor inicial normal ou moderadamente afetado;
3 - Aparecimento na infância de episódios de deterioração neurológica ou curso crônico progressivo. Esta deterioração pode ser precedida por quadro infeccioso ou por traumatismo cranioencefálico moderado;
4 - Presença de quadro neurológico caracterizado por sinais piramidais, ataxia cerebelar (perda da coordenação motora), atrofia óptica (dificuldade ou perda da visão), epilepsia e preservação das funções mentais;
5 - Envolvimento simétrico da substância branca dos hemisférios cerebrais os quais apresentam à RNM sinal semelhante ao líquido céfalorraquidiano (LCR ou Líquor, é um fluido corporal estéril e de aparência clara que ocupa o espaço subaracnóideo no cérebro), bem como atrofia cerebelar com envolvimento primário do vermis (parte mediana do cerebelo que faz saliência na face superior do órgão, entre os dois hemisférios "vérmis superior", e que se aprofunda na grande fenda mediana do cerebelo na face inferior "vérmis inferior").
A idade não foi usada como critério diagnóstico, porque estudos realizados com relação à variação fenotípica da doença demonstraram não haver relação entre a idade de inicio do aparecimento dos sintomas e a evolução.
Depois dos trabalhos iniciais, vários autores têm relatado a ocorrência desta nova enfermidade na literatura pertinente. Por se tratar de enfermidade que apresenta diferentes alterações reveladas pela RNM, trabalhos recentes têm procurado abolir a denominação de Síndrome de Van der Knaap, para referir uma nomenclatura baseada nos achados neurorradiológicos: Leucoencefalopatia Megalencefálica com Cistos Subcorticais ou Leucoencefalopatia Megalencefálica com Substância Branca Evanescente (alternativamente chamada de Ataxiada da Infância com Hipomielinização Central).
Os sintomas acima citados são primários, visto que cada caso concreto pode desencadear ainda outras ocorrências, comuns a todos os casos ou singulares a somente um portador.
No fórum existe um volume de informações biomédicas bem mais detalhado. O perfil no Facebook", SINDROME DE VAN DER KNAAP", são ferramentas através das quais partilhamos vivências e dividimos informações novas. Acesse essas ferramentas e cadastre-se.
O intuito deste trabalho é esclarecer as famílias que lidam com a doença e procuram apoio, tendo também o caráter informativo que visa mobilizar mídia, e profissionais da área biomédica . visitem também o site : http://www.sindromedevanderknaap.com.br/

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ministério da Saúde promete lançar em outubro política nacional para pessoa com doença rara


A semelhança entre os principais obstáculos enfrentados por pessoas com doenças raras — diagnóstico lento, dificuldade de acesso a tratamento e medicamentos, falta de protocolos de tratamento no SUS — faz com que a reivindicação das associações de pacientes seja a criação de uma política nacional, que ofereça cuidado integral aos pacientes e famílias. Neste domingo, o EXTRA começou a publicar uma série de reportagens sobre a história desses pacientes.
— Ouvimos os pacientes, familiares e associações e vamos criar um grupo de trabalho para formatar a política. O atendimento será multiprofissional, com tratamento e reabilitação do paciente — promete José Eduardo Fogolin, coordenador de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde.
O próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comprometeu-se no ano passado, em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, a lançá-la em 2013. O governo planeja publicar em outubro a portaria que vai instituir a política nacional.
De acordo com Fogolin, caberá à atenção básica investigar e acolher o paciente com doença rara e encaminhá-lo para centros de referência quando necessário. O governo quer integrar o tratamento com as redes Cegonha, o que permitiria o diagnóstico precoce, e a Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência, que ajudaria na reabilitação física. O governo deve ainda incluir mais protocolos e exames no SUS:
— O lançamento da política nacional deve incentivar a formação de geneticistas.
Pacientes e médicos prometem manter a fiscalização e a cobrança sobre o governo. Lembram bem que, apesar de o governo ter publicado a Política Nacional de Atenção em Genética Clínica em janeiro de 2009, poucas daquelas ações saíram do papel.
 


domingo, 14 de julho de 2013

12 coisas para ensinar a seus filhos sobre crianças com deficiência

Amanda, sentada num banco de parque, gritando, com os braços para o alto. Foto de Paula Moreira.
Amanda, sentada num banco de parque, gritando, com os braços para o alto. Foto de Paula Moreira.
O melhor presente que eu poderia ganhar nesse dia das mães vem de outras mães e pais. Ensinem seus filhos a ver a deficiência da minha filha como algo natural. Isso pode ser um presente pra você e para o seu filho também.
Infelizmente, como a autora do artigo abaixo, cresci numa sociedade em que as pessoas com deficiência ainda ficavam presas em casa ou em instituições. As poucas crianças com que tive contato eram  como ETs e meus pais nunca falaram sobre esse assunto comigo.
Hoje sou mãe da Amanda, de 8 anos, que tem síndrome de Down.
Felizmente o mundo está mudando e se tornando um lugar para todos. Aproveite essa oportunidade e fale mais com o seu filho sobre o coleguinha com deficiência da escola dele, aproxime-se e estimule a amizade deles. Você vai ver que todo mundo sai ganhando com isso.
Patricia Almeida
Inclusive – Inclusão e Cidadania

12 coisas para ensinar a seus filhos sobre crianças com deficiência
Eu cresci sem conhecer nenhuma outra criança com deficiência além do Adam, um visitante frequente do resort ao qual nossas famílias iam todos os verões. Ele tinha deficiência intelectual. As crianças zombavam dele. Fico envergonhada de admitir que eu zombei também; meus pais não faziam idéia. Eles eram pais maravilhosos, mas nunca pensaram em ter uma conversa comigo sobre crianças com deficiência.
E, então, eu tive meu filho Max; ele teve um AVC no nascimento que levou à paralisia cerebral. De repente, eu tinha uma criança para quem outras crianças olhavam e cochichavam a respeito. E eu desejei tanto que seus pais falassem com elas sobre crianças com deficiência.
Já que ninguém recebe um “manual de instrução sobre paternidade”, algumas vezes, pais e mães não sabem muito o que dizer. Eu entendo perfeitamente; se eu não tivesse um filho com deficiência, eu também me sentiria meio perdida. Então, eu procurei mães de crianças com autismo, paralisia cerebral, síndrome de Down e ocorrências genéticas para ouvir o que elas gostariam que os pais e mães ensinassem a seus filhos sobre os nossos filhos. Considere como um guia, não a bíblia!
1) Pra começar, não tenha pena de mim
“Sim, algumas vezes, eu tenho um trabalhão — mas minha vida não é nenhuma tragédia. Meu filho é um menino brilhante, engraçado e incrível que me traz muita alegria e que me enlouquece às vezes. Você sabe, como qualquer criança. Se você tiver pena de mim, seu filho vai ter também. Aja como você agiria perto de qualquer outro pai ou mãe. Aja como você agiria perto de qualquer criança.”
Ellen Seidman, do blog “Love That Max”; mãe do Max, que tem paralisia cerebral

2) Ensine seus filhos a não sentir pena dos nossos
“Quando a Darsie vê crianças (e adultos!) olhando e encarando, ela fica incomodada. Minha filha não se sente mal por ser quem ela é. Ela não se importa com o aparelho em seu pé. Ela não tem pena de si mesma. Ela é uma ótima garota que adora tudo, de cavalos a livros. Ela é uma criança que quer ser tratada como qualquer outra criança—independente dela mancar. Nossa família celebra as diferenças ao invés de lamentá-las, então nós te convidamos a fazer o mesmo.”
Shannon Wells, do blog “Cerebral Palsy Baby”; mãe da Darsie, que tem paralisia cerebral

3) Use o que eles tem em comum
“Vai chegar uma hora em que o seu filhinho vai começar a te fazer perguntas sobre por que a cor de uma pessoa é aquela, ou por que aquele homem é tão grande, ou aquela moça é tão pequena. Quando você estiver explicando a ele que todas as pessoas são diferentes e que nós não somos todos feitos do mesmo jeito, mencione pessoas com deficiências. Mas tenha o cuidado de falar sobre as similaridades também—que uma criança na cadeira de rodas também gosta de ouvir música, e ver TV, e de se divertir, e de fazer amigos. Ensine aos seus filhos que as crianças com deficiência são mais parecidas com eles do que são diferentes.”
Michelle, do blog “Big Blueberry Eyes”; mãe da Kayla, que tem Síndrome de Down

4) Ensine as crianças a entender que há várias formas de se expressar
“Meu filho Bejjamin faz barulhos altos e bem agudos quando ele está animado. Algumas vezes, ele pula pra cima e pra baixo e sacode os braços também. Diga aos seus filhos que a razão pela qual crianças com autismo ou com outras necessidades especiais fazem isso é porque elas tem dificuldades pra falar, e é assim que elas se expressam quando estão felizes, frustradas ou, algumas vezes, até mesmo por alguma coisa que estão sentindo em seus corpos. Quando Benjamim faz barulhos, isso pode chamar a atenção, especialmente se estamos em um restaurante ou cinema. Então, é importante saber que ele não pode, sempre, evitar isso. E que isso é, normalmente, um sinal de que ele está se divertindo.”
Jana Banin, do blog “I Hate Your Kids (And Other Things Autism Parents Won’t Say Out Loud)”; mãe de Benjamin, que é autista

5) Saiba que fazer amizade com uma criança especial é bom para as duas crianças
“Em 2000, quando meu filho foi diagnosticado com autismo, eu tive muita dificuldade em arrumar amiguinhos para brincar com ele. Vários pais se assustaram, a maior parte por medo e desconhecimento. Fiquei sabendo que uma mãe tinha medo do autismo do meu filho ser “contagioso”. Ui. Treze anos mais tarde, sou tão abençoada por ter por perto várias famílias que acolheram meu filho de uma forma que foi tão benéfica para o seu desenvolvimento social. Fico arrepiada só de pensar nisso. A melhor coisa que já ouvi de uma mãe foi o quanto a amizade com o meu filho foi importante para o filho dela! Que a sua proximidade com o RJ fez dele uma pessoa melhor! Foi uma coisa tão bonita de se dizer. Quando tivemos o diagnóstico, ouvimos que ele nunca teria amigos. Os amigos que ele tem, agora, adorariam discordar. Foram os pais deles que facilitaram essa amizade e, por isso, serei eternamente grata.”
Holly Robinson Peete, fundadora (com o marido Rodney Peete) da Hollyrod Roundation; mãe do RJ, que é autista (é ele, na foto abaixo, com sua irmã Ryan)

6) Encoraje seu filho a dizer “oi”
“Se você pegar seu filho olhando pro meu, não fique chateada — você só deve se preocupar se ele estiver sendo rude, mas crianças costumar reparar umas nas outras. Sim, apontar, obviamente, não é super educado, e se seu filho apontar para uma criança com deficiência, você deve dizer a ele que isso é indelicado. Mas quando você vir seu filho olhando para o meu, diga a ele que a melhor coisa a fazer é sorrir pra ele ou dizer “oi”. Se você quiser ir mais fundo no assunto, diga a ele que crianças com necessidades especiais nem sempre respondem da forma como a gente espera, mas, ainda assim, é importante tratá-las como tratamos as outras pessoas.”
Katy Monot, do blog “Bird On The Street”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral.

7) Encoraje as crianças a continuar falando
“As crianças sempre se perguntam se o Norrin pode falar, especialmente quando ele faz seu “barulhinho alto característico”. Explique ao seu filho que é normal se aproximar de outra criança que soa um pouco diferente. Algumas crianças podem não conseguir responder tão rápido, mas isso não significa que elas não têm nada a dizer. Peça ao seu filho para pensar no seu filme favorito, lugar ou livro—há grandes chances da outra criança gostar disso também. E a única forma dele descobrir isso é perguntando, da mesma forma que faria com qualquer outra criança.”
Lisa Quinones-Fontanez, do blog “Autism Wonderland”; mãe do Norrin, que é autista

8) Dê explicações simples
“Algumas vezes, eu penso que nós, pais, tendemos a complicar as coisas. Usando algo que seus filhos já conhecem, que faça sentido pra eles, você faz com que a “necessidade especial” se torne algo pessoal e fácil de entender. Eu captei isso uns anos atrás, quando meu priminho me perguntou “por que o William se comunicava de forma tão diferente dele e de seus irmãos”. Quando eu respondi que ele simplesmente nasceu assim, a resposta dele pegou no ponto: “Ah, assim como eu nasci com alergias”. Ele sabia como era viver com algo que se tem e gerenciar para viver diariamente. Se eu tivesse dito a ele que os músculos da boca de William tem dificuldade em formar palavras, o conceito teria se perdido na cabeça dele. Mas alergia fazia sentido pra ele. Simplicidade é a chave.”
Kimberly Easterling, do blog “Driving With No Hands”; mãe do William e da Mary, ambos com Síndrome de Down

9) Ensine respeito às crianças com seus próprios atos
“Crianças aprendem mais com suas ações que com suas palavras. Diga “oi” para a minha filha. Não tenha medo ou fique nervosa perto dela. Nós realmente não somos tão diferentes de vocês. Trate minha filha como trataria qualquer outra criança (e ganhe um bônus se fizer um comentário sobre o lindo cabelo dela!). Se tiver uma pergunta, faça. Fale para o seu filho sobre como todo mundo é bom em coisas diferentes, e como todo mundo tem dificuldades a trabalhar. Se todo o resto falhar, cite a frase do irmão de Addison: “bem, todo mundo é diferente!”.”
Debbie Smith, do blog “Finding Normal”; mãe de Addison, que tem Trissomia 9

10) Ajude as crianças a ver que, mesmo crianças que não falam, entendem
“Nós estávamos andando pelo playground e a coleguinha da minha filha não parava de encarar o meu filho, que é autista e tem paralisia cerebral. Minha filha chamou a atenção da colega rapidinho: “Você pode dizer “oi” pro meu irmão, sabe? Só porque ele não fala, não significa que ele não ouve você”. Jack não costuma falar muito, mas ele ouve tudo ao redor dele. Ensine aos seus filhos que eles devem sempre assumir que crianças com deficiência entendem o que está sendo dito, mesmo sem poderem falar. É por isso que eles não vão dizer “o que ele tem de errado?”, mas poderão até dizer “Como vai?”.”
Jennifer Byde Myers, dos blogs “Into The Woods” e “The Thinking Person’s Guide To Autism”; mãe do Jack, que tem autismo e paralisia cerebral.

11) Inicie uma conversa
“Nós estávamos no Museu das Crianças e um garotinho não parava de olhar para Charlie com seu andandor, e a mãe dele sussurrou em seu ouvido para não encarar porque isso era indelicado. Ao invés disso, eu adoraria que ela tivesse dito “esse é um andador muito interessante, você gostaria de perguntar ao garotinho e à sua mãe mais a respeito dele?”.”
Sarah Myers, do blog “Sarah & Joe (And Charlie Too!)”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral

12) Não se preocupe com o constrangimento
“Vamos combinar de não entrar em pânico caso seu filho diga algo embaraçoso. Você sabe, tipo se nós estivermos na fila do Starbucks e o seu filho olhar para a Maya e pra mim e disser algo como “Eca! Por que ela está babando?” ou “Você é mais gorda que a minha mãe”. Embora esses não sejam exemplos de início de conversas ideais, eles mostram que o seu filho está interessado e curioso o suficiente para fazer contato e perguntar. Por favor, não gagueje um “mil desculpas” e arraste seu filho pra longe. Vá em frente e diga baixinho o pedido de desculpas, se você quiser, mas deixe-me aproveitar a oportunidade: vou explicar a parte da baba e apresentar Maya e contar da paixão dela por crocodilos, e você pode ser a coadjuvante no processo, dizendo “lembra quando nós vimos crocodilos no zoológico?” ou coisa parecida. Quando chegarmos ao caixa, o constrangimento vai ter passado, Maya terá curtido conhecer alguém novo, e eu terei esperanças de que seu filho conseguiu ver Maya como uma criança divertida, ao invés de uma “criança que baba”. (E eu irei simplesmente fingir que não ouvi a parte do “mais gorda que a minha mãe”).”
Dana Nieder, do blog “Uncommon Sense”; mãe da Maya, que tem uma síndrome genética não diagnosticada

Traduzido por Andréa Werner, do blog “Lagarta Vira Pupa“, com revisão de Patricia Almeida
Por Ellen Seidman, do blog “Love That Max

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Gratidão, sinônimo de amor, amizade e fé...

Hoje chegando a quase 3.000 visualizações no blog, só tenho a agradecer
  a Deus por tanta graça alcançada, por cada milagre que todos os dias ele nos concede principalmente o estar vivo, pela libertação do Augusto que amanhã por pura intercessão Divina completa 4 meses sem crises convulsivas. Não tenho palavras para lhe agradecer Senhor, estou radiante de felicidade. O quanto lhe pedi e o Senhor ouviu, assim como ouve a cada filhinho seu...
Agradeço a toda minha família que sempre me deu suporte, principalmente a minha mãezinha e a todos os meus amigos que estão sempre em oração pelo Augusto. " O Senhor nos atendeu, graças!"

 Obrigada a todos os visitantes do blog Ser Mãe Especial pelo carinho, esse cantinho aqui é nosso... Sintam-se a vontade.
Um grande abraço
Shara

sexta-feira, 7 de junho de 2013

GlialCAM está envolvido em um tipo raro de Leucoencefalopatia

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GlialCAM está envolvido em um tipo raro de Leucoencefalopatia - DiarioMedico.com

GlialCAM está envolvido em um tipo raro de Leucoencefalopatia - DiarioMedico.com

identificadas mutações no gene para MLC

GlialCAM está envolvido em um tipo raro de Leucoencefalopatia

Pesquisadores do estudo da Idibell e da Universidade de Barcelona, de uma doença neurodegenerativa rara, permitiu-se a descobrir um dos mecanismos envolvidos no acúmulo de líquido no cérebro. Os resultados são publicados na última edição do neurônio
Elaboração | 19/03/2012 00:00

Virginia Nunes y Raúl Estévez
Virginia Nunes, idibell e Raúl Estévez, da Universidade de Barcelona. (DM)

Edema cerebral pode ser o resultado de vários fatores, tais como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo craniano, entre outros.

Edema cerebral é um problema sério em Neurologia. Enquanto em outros corpos inchaço não conduz a uma situação urgente, no cérebro carrega coma e morte. Embora existam soluções terapêuticas, tais como cirurgia, tratamentos mais eficazes são necessários. Leucoencefalopatia com cistos subcorticais (MLC) megaloencefalica é um tipo raro de Leucodistrofia de origem genética. Pode ser considerado um modelo de edema crônico, uma vez que pacientes afetados têm uma elevada acumulação de água desde o seu nascimento.

Um estudo publicado na última edição do neurônio da fisiopatologia desta doença rara permitiu descobrir um dos mecanismos que desestabiliza o equilíbrio homeostático das células do cérebro, causando edema.

Um grupo de cientistas do Instituto de pesquisas biomédicas de Bellvitge (Idibell) e a Universidade de Barcelona e o centro de pesquisa em rede de doenças raras (Ciberer) descobriu que uma das funções da proteína GlialCAM é geneticamente alterada em pacientes de MLC. Esta proteína regula a atividade do canal que permite que os íons de cloro passam entre o fluido e as células do cérebro para manter o equilíbrio dos íons.

Consequências
Quando esta proteína está ausente, o canal não funciona corretamente e o líquido se acumula no cérebro células gliais formando edemas. Raúl Estévez, diretor do trabalho e Virginia Nunes, colaborador no estudo, comentaram que a importância dessa descoberta é duplo. "Permite-nos compreender melhor a fisiopatologia desta doença em minoria e identificamos, também, um mecanismo que pode abrir as portas para tratamentos baseados na ativação do canal para restaurar o equilíbrio homeostático e talvez tratar edema cerebral em geral".
Os dois pesquisadores coincidem em afirmar que este caso mostra que a investigação de uma doença rara que afeta uma parte pequena da população pode servir de modelo para identificar mecanismos que permitem pensar sobre novos tratamentos para doenças comuns.

Leucoencefalopatia com cistos subcorticais megaloencefalica é um tipo raro de Leucodistrofia que aparece durante o primeiro ano de vida e caracteriza-se por macrocefalia. Alguns anos mais tarde aparece lento declínio neurológico com ataxia e espasmos. Técnicas de ressonância magnética revelaram inflamação da matéria branca cerebral e a presença de cistos subcorticais, especialmente na antiga e temporária. Outra das características do MLC é a formação de edema cerebral.

Outros genes envolvidos
Em 75 por cento dos pacientes do MLC no gene MLC1 foram identificadas mutações, que causam a doença. Estevez e Nunes identificaram um segundo gene que causa de MLC, o GlialCAM. No presente estudo localizou a proteína GlialCAM como uma subunidade do canal iônico que permite cloreto dentro e fora do cérebro, de modo que as células podem regular o equilíbrio homeostático.
(Neurônio 2012; 73: 951-961).

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Que bom seria....



A Apae de Ribeirão Preto com todas as dificuldades
que têm enfrentado, continua com pessoas
 iluminadas trabalhando com amor e dedicação.
 A entidade corre sérios riscos de interrupção das
suas atividades. Até agora o blog Ser Mãe
Especial já tem 2616 visualizações, já imaginou se
cada um doasse
 R$ 1,00 ( um real) para Apae , teríamos um total de
R$ 2.616,00 ( dois mil seiscentos e dezesseis reais ) só através do Blog Ser Mãe Especial.
Fica aqui meu apelo como mãe especial que sabe da importância do atendimento da Apae não
só para o Augusto, mas para mais 402 usuários que recebem assistência nas  áreas de saúde, 
educação e assistência social .
Para ser um sócio doador é só ligar no telefone da Apae e Ribeirão Preto (16) 3512-5209 ou ir
pessoalmente na Rua Coracy de Toledo Pizza, nº 571, Ribeirânia, Ribeirão Preto - SP. 
Fica aqui meus agradecimentos a todos os visitantes do blog, a todos que já colaboram e aos
que a partir de agora tornarão se colaboradores.

Um abraço especial da

Shara e do Augusto

quarta-feira, 27 de março de 2013

Toda mãe especial tem...



Toda mãe especial tem…

Uns quilos para perder

Uma bolsa de primeiros socorros
...
Umas mil coisas para fazer

Uma gaveta só para laudos e exames

Uma agenda com nome de médicos

Uma receita para enviar a farmácia

Um conhecimento adquirido

Toda mãe especial tem…

Uma casa adaptada

Uma roupa meio pijama

Um horário pré estabelecido

Um colchão protetor de escaras

Um jeito peculiar de resolver tudo

Toda mãe especial tem…

Uma unha curta e sem esmalte

Uma sensação de impotência

Uma fralda geriátrica para trocar

Um decúbito para mudar

Uma insistente olheira

Umas ruguinhas na testa

Um sorriso nos lábios

Uma sonda para aspirar

Uma cadeira de rodas para empurrar

Uma mini farmácia no armário

Toda mãe especial tem…

Uma caixa de luva estéril

Um curativo para fazer

Um sapato baixo

Uma carteira vazia

Uma mente bagunçada

Um olhar diferente para o mundo

E um coração apertado e cheio… cheio de amor!

Beijos a todas minhas companheiras guerreiras e especiais!
Linda homenagem a nós  mães especiais tirada  da página " Diário de uma mãe especial"

segunda-feira, 11 de março de 2013

País tem deficit de 1.800 geneticistas, aponta levantamento

Ter uma doença rara no Brasil significa perambular durante muito tempo para conseguir um diagnóstico preciso e, quando ele finalmente é obtido, ter dificuldades de acesso ao tratamento.
A constatação é de um levantamento da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), lançado hoje em São Paulo e que reuniu, por mais de dois anos, material sobre a questão no Brasil e no mundo.
As doenças raras atingem cerca de 6 pessoas a cada 10 mil. Quase 80% dessas moléstias têm origem genética.
Estima-se que haja 13 milhões de brasileiros com alguma das cerca de 7.000 doenças raras existentes --75% delas se manifestam antes dos cinco anos.Como já era esperado de um documento feito pelas farmacêuticas, uma das principais questões é o acesso aos medicamentos.
Editoria de arte/Folhapress

A maioria dos remédios que combatem a evolução de doenças raras são específicos, de alto custo e sem tratamento similar. São as chamadas drogas órfãs. Apesar dessas características, elas enfrentam os mesmos critérios de avaliação das drogas que tratam doenças coletivas para serem incorporadas ao SUS (Sistema Único de Saúde). Ou seja, precisam apresentar comparação de custo-efetividade que, na maioria dos casos, é inviável.
"Pelas próprias características dessas doenças, elas não se encaixam nessas comparações. Como são raras, os testes clínicos não têm a quantidade mínima de participantes envolvidos, ou não existe droga similar para comparar resultados", explica Maria José Delgado, diretora de Inovação e Responsabilidade Social da Interfarma.
Além disso, para entrarem no SUS, essas drogas precisam constar nos protocolos clínicos do Ministério da Saúde. Hoje, existem 26 deles ligados a doenças raras. A maioria, porém, não incorpora os medicamentos órfãos.
Dos 18 protocolos de atendimento a esses problemas realizados sob a política de doenças raras, só um prevê a oferta de uma droga modificadora da doença, o de doença de Gaucher. Os demais incluem drogas convencionais que amenizam os sintomas.
Hoje há 14 drogas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para doenças raras e que não foram incorporadas à rede pública, levando os pacientes a batalhas judiciais.
As famílias vão à Justiça e conseguem receber gratuitamente os medicamentos. Mas, além de ser um processo caro e trabalhoso, muitas vezes as decisões são temporárias. O tratamento fica garantido por alguns meses e, depois, é preciso reiniciar o processo.
"Sem uma política de atenção integrada, pensada para preencher essas questões, acaba-se deixando tudo isso nas mãos dos juízes, que precisam tomar decisões sobre tratamentos de alta complexidade", diz Antônio Britto, presidente da Interfarma.
DIAGNÓSTICO
Para conseguir o diagnóstico de suas doenças, boa parte dos pacientes enfrenta uma verdadeira peregrinação, que pode durar anos.
A demora, segundo o relatório, se deve a vários fatores, com destaque para a escassez de geneticistas e a concentração dos centros de referência no Sul e Sudeste.
Cerca de 80% das doenças raras são de origem genética. No Brasil, existem hoje pouco mais de 200 geneticistas, o equivalente a um por 1,25 milhão de brasileiros. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que haja um geneticista para cada 100 mil habitantes. Segundo a conta da Interfarma, baseada na estimativa da OMS, faltam 1.800 geneticistas.
O relatório pede a criação de uma Política Nacional para Doenças Raras, integrando os centros estaduais e oferecendo diretrizes e regras mais claras para o tratamento dessas doenças.
O impacto financeiro disso, num primeiro momento, seria de R$ 300 milhões.
Helvécio Magalhães, secretário de atenção à saúde do Ministério da Saúde, reconhece que o diagnóstico e a incorporação de drogas órfãs no SUS têm problemas, mas diz que o governo está trabalhando para solucioná-los.
As mudanças de critério para a incorporação no SUS estão em estudo, e ele diz que há planos de expandir os centros de referência para outros Estados. Não há, no entanto, prazos para que isso aconteça.
"Não temos preconceito para incorporar [as drogas órfãs], mas há um rito, uma lei. Nem sempre o desejo de um paciente e da própria indústria tem validade científica. Temos muita responsabilidade ao incorporar esses medicamentos", afirmou.
Mas, enquanto o governo pede paciência para elaborar com cuidado as medicas em relação a isso, as famílias de pacientes cobram urgência.
"Os tratamentos para essas doenças são caríssimos. É inviável para qualquer família, de qualquer classe social. Quem pode pagar R$ 40 mil por mês por medicação?", diz Regina Próspero, presidente da Associação Paulista dos Familiares e Amigos dos Portadores de Mucopolissacaridoses.
Mãe de dois filhos com o problema, Regina viu um dos meninos não resistir à doença, pois na época, não havia tratamento. Na Justiça, ela conseguiu tratamento para o mais novo, e agora orienta familiares de outros pacientes, inclusive com outras doenças raras.
"Consegui na Justiça a medicação para o mais novo. E eu vi os benefícios que o tratamento certo trouxe para ele. Ele recuperou parte da audição e não é mais cadeirante."

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DIA MUNDIAL DAS DOENÇAS RARAS Doenças raras afetam cerca de 15 milhões de brasileiros


Brasília – No Dia Internacional das Doenças Raras, lembrado hoje (28), especialistas estimam que cerca de 15 milhões de brasileiros têm alguma das cerca de 8 mil síndromes catalogadas como raras. Neurofibromatose, mucopolissacaridose, síndrome de Gaucher, esclerose lateral amiotrófica e leucoencefalopatia multifocal progressiva são exemplos dessas patologias.
Em entrevista à Agência Brasil, o professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Natan Monsores, criticou o tempo de espera enfrentado pela maioria desses pacientes para serem acolhidos no sistema de saúde. “O tempo de diagnóstico demora algo em torno de três a cinco anos. O itinerário de diagnóstico do paciente é muito longo”, contou.

Ele acredita que 70% dos problemas relacionados às doenças raras seriam resolvidos por meio de um sistema claro de informações sobre essas síndromes. “Boa parte dos pacientes fica perdida dentro do SUS [Sistema Único de Saúde] por não saber ao certo que especialista buscar, onde são os centros de referência”, disse Monsores.
Segundo ele, a falta de informação acaba resultando no que muitos médicos chamam de paciente especialista, já que algumas pessoas afetadas pelas síndromes passam a conhecer mais o problema que os próprios profissionais de saúde. Ele lembrou que pacientes e parentes se reúnem pela internet e por meio de associações para trocar informações, por exemplo, sobre tratamentos disponíveis.
O professor destacou que há uma judicialização excessiva no campo das doenças raras. “Pelo fato de esses pacientes terem doenças muito peculiares, eles são alvo de incursões da indústria farmacêutica. A gente sabe disso por relato de pacientes que são assediados por advogados para que entrem na Justiça com processos contra o governo para obter medicamentos”, relatou.
O presidente da Associação MariaVitória, Reginaldo Lima, confirma a ausência de informação dentro do próprio sistema de saúde. Morador de Brasília e pai de uma menina com neurofibromatose, ele passou quatro anos em busca do diagnóstico da filha. Diagnosticada no Rio de Janeiro, ela chegou a ser transferida para Belo Horizonte (MG) e, há duas semanas, está sendo tratada na capital federal.
“Falta mostrar aos médicos onde estão os centros de referência de cada especialidade, para que eles repassem aos pacientes. Descobri o tratamento na minha cidade por meio de outros pais. Imagina como é para quem mora no interior”, completou.
Regina Próspero, presidente da Associação Paulista dos Familiares e Amigos dos Portadores de Mucopolissacaridose, só conseguiu o diagnóstico do filho depois de perder o mais velho para a doença.  Mesmo assim, o menino só conseguiu iniciar o tratamento muitos anos depois, já que não havia tratamento para a mucopolissacaridose disponível no país.
“Estamos muito aquém do que deveríamos. Precisamos efetivar uma política pública específica para as doenças raras. Hoje, os pacientes são tratados como um qualquer, mas são características específicas, não dá para tratar como uma doença de saúde coletiva”, explicou. “A sociedade também precisa participar. A maioria das pessoas acredita que uma doença rara não pode ocorrer em sua casa, mas pode. Ninguém está livre e todos devem ter direito à vida”.
O Ministério da Saúde anunciou nessa quarta-feira (27), em seminário na Câmara dos Deputados, que vai colocar em consulta pública nas próximas semanas dois documentos que deverão dar origem a uma política pública específica para pessoas portadoras de doenças raras.


Ministério da Saúde anuncia breve política específica para doenças raras no âmbito do SUS



O Ministério da Saúde colocará em consulta pública nas próximas semanas dois documentos que deverão dar origem a uma política pública específica para pessoas portadoras de doenças raras. A proposta é criar uma rede de atendimento integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o coordenador Geral de Média e Alta Complexidade do Ministério, José Eduardo Fogolin, os dois documentos estão em fase de conclusão por um grupo especial de trabalho formado por integrantes da Pasta da Saúde, especialistas, pesquisadores e entidades de portadores de doenças raras.
Fogolin representou o ministro Alexandre Padilha e integrou a mesa de abertura do seminário que celebrou o Dia Internacional das Doenças Raras, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O evento foi coordenado pelo deputado Federal Romário (PSB-RJ) e articulado pela Associação Mariavitória (Amavi).
O Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Dirceu Barbano, disse que espera publicar até o próximo mês norma para agilizar a aprovação de medicamentos para o tratamento dessas doenças e também decidir sobre a autorização para que pacientes possam utilizar medicamentos ainda em fase de pesquisas, o chamado “programa de uso compassivo”.
Segundo José Eduardo Fogolin, após consulta pública, os dois documentos irão originar uma portaria do Ministério da Saúde que implantará a política específica sobre doenças raras. “Esta política vai além do simples tratamento. Está inserida no contexto de rede de atendimento, com prevenção, diagnóstico precoce, encaminhamento de pacientes para centros especializados em doenças raras”, disse.
O deputado Romário lamentou a falta do ministro ao evento e enfatizou que o governo federal deve maior atenção ao levantamento e a disseminação de informações sobre doenças raras. A falta de informações mais detalhadas, segundo ele, dificulta a atenção aos pacientes, expõe essas pessoas e familiares ao sofrimento, preconceito e a uma “odisseia diagnóstica”, uma vez que nem os profissionais médicos dispõem de dados suficientes para realizarem diagnósticos precisos. O deputado disse ainda que a política governamental deveria seguir o exemplo da relacionada ao combate a proliferação da Aids.
Fogolin garantiu que a política universal do SUS para doenças raras privilegiará o levantamento de dados sobre o tema. Segundo ele, estão catalogadas no Brasil 8.000 doenças raras.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) falou sobre suas propostas de criar o Dia Nacional das Doenças Raras no sentido de gerar mobilização de conscientização da sociedade sobre o tema, bem como da criação de um fundo nacional de pesquisas em doenças raras, com orçamento anual de R$ 50 milhões.
O ator Luciano Szafir e várias autoridades também marcaram presença, como os senadores Cássio Cunha Lima e Ana Amélia, os deputados Darcísio Perondi, Tiririca, Maurício Quintela (presidente da Frente Parlamentar das Doenças Raras), Rosinha da Adefal e Mara Gabrilli.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Mais uma descoberta otimista das células gliais



Os astros do momento

Células vizinhas ajudam os neurônios a estabelecer conexões entre si
Criando redes: proteína secretada por astrócitos...
Por muito tempo consideradas meras coadjuvantes no funcionamento cerebral, as células gliais só entraram em evidência nos últimos anos à medida que trabalhos começaram a comprovar sua importância para o desenvolvimento, a regeneração e a estruturação do sistema nervoso. Elas representam quase metade das células cerebrais – a outra metade são os neurônios – e seu mau funcionamento, sugerem estudos recentes, está ligado ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. Agora pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificaram mais uma função essencial das células gliais. A equipe da bióloga Flávia Alcantara Gomes verificou que são os astrócitos, o tipo mais comum de células da glia, que controlam a formação de conexões (sinapses) entre os neurônios, as células que transportam e armazenam informação no cérebro.
“Sem as células gliais, grande parte das sinapses não ocorreria de forma eficiente”, afirma Flávia. Em artigo publicado em novembro no Journal of Biological Chemistry, ela e seus colaboradores demonstraram que uma proteína produzida em abundância pelos astrócitos – o fator de crescimento transformante ß1 (TGF-ß1) – regula a formação de sinapses em camundongos e em seres humanos. Para Flávia, a descoberta abre perspectivas para se entender melhor o papel das células gliais no desenvolvimento de distúrbios neurológicos e no envelhecimento. Há sinais de que nos estágios iniciais de algumas doenças e do envelhecimento, antes de começar a morrer, os neurônios perdem as conexões com outros neurônios.
Já havia pistas de que os astrócitos ajudassem na formação de sinapses. Há cerca de 10 anos Ben Barres, Frank Pfrieger e colegas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, relatavam que neurônios de camundongos criados em laboratório faziam mais sinapses na presença de astrócitos. Eles haviam, inclusive, identificado moléculas secretadas pelos astrócitos que induziam a formação de sinapses. Mas essas moléculas apenas estimulavam a formação da fenda química ou da estrutura onde ocorre a transmissão do impulso nervoso de um neurônio a outro, que nem sempre eram funcionais.
© LUAN DINIZ / UFRJ
...induz formação de sinpases, pontos coloridos nos neurônios
O grupo da UFRJ comprovou que o TGF-ß1 é capaz de fazer as duas coisas: induz a formação dessas estruturas e de sinapses funcionalmente ativas. “Usamos dois caminhos para chegar à mesma conclusão”, explica Flávia. “Uma avaliação bioquímica com modelo in vitro e a análise por eletrofisiologia, que identifica correntes elétricas características de sinapses.”
Durante o desenvolvimento do sistema nervoso embrionário, as células gliais funcionam como células-tronco do córtex cerebral e no sistema nervoso adulto podem dar origem tanto a células neuronais como a astrócitos. Antes, os pesquisadores da UFRJ já haviam descoberto que o TGF-ß1 induzia a diferenciação das células-tronco progenitoras em astrócitos, mas não em neurônios. Na pesquisa atual, o TGF-ß1 oriundo dos astrócitos ganhou um novo papel. Neurônios que cresceram no meio de cultura com essa proteína fazem até três vezes mais sinapses do que no meio de cultura comum. O mesmo acontece quando o TGF-ß1 é injetado diretamente no córtex do animal vivo.
Na verdade, o grupo comprovou que o papel do TGF-ß1 na formação das sinapses do córtex cerebral se dá de forma indireta. O TGF-ß1 aciona a produção do aminoácido (unidade formadora das proteínas) D-serina, que é secretado pelo neurônio e, no meio extracelular, se associa ao neurotransmissor glutamato (ver infográfico acima). Atuando juntos, a D-serina e o glutamato ativam a produção de sinapses no neurônio. E quanto mais D-serina, maior a quantidade de sinapses.
Agora, em humanos
“O grande mérito desse trabalho é, primeiro, mostrar como os astrócitos contribuem em termos bioquímicos para a formação da sinapse e, segundo, mostrar isso com células derivadas de tecido humano”, comenta o neurocientista Luiz Roberto Giorgetti de Britto, da Universidade de São Paulo. Isso porque, até agora, os estudos sobre a relação complexa entre neurônios e astrócitos haviam sido realizados apenas em camundongos e não em seres humanos.
Para o ensaio com tecido humano, a equipe extraiu astrócitos do tecido cerebral que seria descartado de pacientes submetidos a cirurgias para tratamento de epilepsia no Hospital Universitário da UFRJ. “Como o encéfalo humano é mais complexo e difícil de trabalhar, não existia padronização adequada”, afirma Flávia. Os resultados foram parecidos, demonstrando que em termos bioquímicos as células têm o mesmo comportamento dos astrócitos de camundongos.
“Esse trabalho é fruto de uma ciência multidisciplinar com a colaboração entre diversos grupos de pesquisa básica e clínica”, diz Flávia. Pensando nisso, atualmente, o grupo analisa se astrócitos derivados de modelos animais da doença de Alzheimer ou de pacientes com epilepsia mantêm seu potencial de induzir a formação de sinapses. Em paralelo, o grupo pretende fazer teste semelhante com astrócitos de pessoas com esquizofrenia.
“A habilidade cognitiva humana está associada ao complexo das conexões sinápticas”, diz Flávia. “Da mesma forma, disfunções no processamento de informações no cérebro podem levar a sérias desordens neurológicas. A compreensão do mecanismo pelo qual as sinapses são formadas e reguladas é um passo-chave para o conhecimento do cérebro e para o desenvolvimento de terapias de reparos do sistema nervoso.”
Artigo científico
DINIZ, L.P. et al. Astrocyte-induced synaptogenesis is mediated by transforming growth factor beta signaling through modulation of D-serine levels in cerebral cortex neurons. Journal of Biological Chemistry. v. 287(49), p. 41.432-45. 30 nov. 2012.