De acordo com um artigo da Revista de Neurología, a epilepsia é uma das causas mais frequentes de consulta em neurologia pediátrica e sua prevalência na população em geral é estimada de 2,7 a 40 a cada 1.000 habitantes. Fernando Mulas et al., autores do artigo, relatam que em crianças e adolescentes com epilepsia, se encontrou comorbilidades frequentes com vários problemas psiquiátricos, como o autismo, depressão e ansiedade, embora seja mais frequentemente o transtorno por déficit de atenção/hiperatividade (TDAH); os estudos situam a prevalência de TDAH em 30-40% dos pacientes com epilepsia.
Ademais, de acordo com vários estudos, há um 6,1-30% das crianças diagnosticadas com TDAH que apresentam registros eletroencefalográficos e problemas de epilepsia. Embora que prevalência de TDAH em crianças com epilepsia é mais alta que na população em geral (12-17% de acordo com estudos).
Os autores argumentam que várias hipóteses têm sido postuladas sobre os fatores que podem explicar a ocorrência mais frequente de epilepsia e TDAH, entre as quais mencionam que a epilepsia e TDAH compartilham uma vulnerabilidade neurobiológica subjacente; a existência de fatores genéticos comuns e interação com fatores ambientais, incluindo os psicossociais; e os efeitos em longo prazo das crises epilépticas, gravidade do tipo de epilepsia, atividade epileptiforme subclínica e efeitos colaterais dos medicamentos antiepilépticos.
Por sua vez, Elin Næs Bertelsen et al., realizaram uma investigação publicada em Pediatrics, na qual estudaram a relação entre epilepsia, convulsões febris e TDAH, já que são afecções do sistema nervoso central e compartilham fatores de risco comuns.
O objetivo da equipe foi examinar a associação em um estudo de cohorte nacional da Dinamarca, com acompanhamento prospectivo e ajuste por fatores de confusão selecionados, sugerindo que a epilepsia e as convulsões febris estão associadas com TDAH subsequente.
Para isso, seguiram até o ano de 2012 a uma cohorte populacional de todas as crianças nascidas na Dinamarca entre 1990 e 2007. Calcularam as razoes de taxas de incidência (RTI) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%) para o TDAH mediante uma análise de regressão Cox, comparando crianças com epilepsia e convulsões febris com aquelas sem essas afecções, ajustado para fatores de risco socioeconômicos e perinatais, bem como por antecedentes familiares de alterações neurológicas e psiquiátricas.
A equipe seguiu um total de 906.379 indivíduos durante 22 anos (10 milhões de pessoas-ano de observação); 21.079 indivíduos desenvolveram TDAH. As crianças com epilepsia apresentaram uma RTI de TDAH com ajuste completo de 2,72 (IC 95% 2,53 - 2,91) em comparação com as crianças sem epilepsia.
Em forma similar, em crianças com convulsões febris, a RTI de TDAH com ajuste completo de 1,28 (IC 95% 1,20 - 1,35). Em indivíduos tanto com epilepsia como convulsões febris, a RTI de TDAH com ajuste completo foi de 3,22 (IC 95% 2,72 - 3,83).
Assim, Bertelsen e seus colegas concluem que seus resultados indicam uma forte associação entre epilepsia infantil e, em menor grau, convulsões febris e posterior desenvolvimento de TDAH, mesmo após o ajuste por fatores de risco socioeconômicos e perinatais e antecedentes familiares de epilepsia, convulsões febris ou transtornos psiquiátricos.
Referências:
Elin Næs Bertelsen et al, Childhood Epilepsy, Febrile Seizures, and Subsequent Risk of ADHD. Pediatrics. July 2016
Fernando Mulas et al, Manejo farmacológico del trastorno por déficit de atención/hiperactividad con metilfenidato y atomoxetina en un contexto de epilepsia. Revista de Neurología. 2014; 58 (Supl 1): S43-S49
Fonte: Medcenter Medical News
Este blog é um espaço onde buscamos conhecer e esclarecer as famílias com a síndromes raras. Sou mãe do Augusto minha joia rara que pode ter uma nova síndrome de Megaencefalia ainda não descrita na literatura médica, já suspeito-se de síndrome de Alexander,MLC1, Glial-Cam descritos pela Dra Van der Knaap onde todos esses diagnósticos foram descartados . Nosso intuito é divulgar e unificar as pesquisas relacionadas as Leucodistrofias com Megaencefalia .
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
Epilepsia infantil, convulsões febris e risco posterior de TDAH
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Câmara aprova política nacional para pacientes com doenças raras no SUS
O projeto obriga o Ministério da Saúde a fornecer medicamentos para o tratamento de doenças graves e raras, ainda que eles não constem na relação de remédios disponibilizados gratuitamente pelo SUS
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou hoje o projeto que cria a Política Nacional para Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta define como doença rara aquela que afeta até 65 em cada 100 mil pessoas (PL 1606/11).
Como tramita em caráter conclusivo, a proposta poderá ser remetida diretamente para o Senado, exceto se houver recurso para que o Plenário da Câmara também analise o texto.
Pelo projeto, essa política deverá ser implantada em até três anos, tanto na esfera nacional, como na estadual e na municipal, com o objetivo de estabelecer uma Rede Nacional de Cuidados ao Paciente com Doença Rara. A proposta estabelece as competências de cada um dos entes federativos (municípios, estados e União) na execução da política.
O projeto obriga o Ministério da Saúde a fornecer medicamentos para o tratamento de doenças graves e raras, ainda que eles não constem na relação de remédios disponibilizados gratuitamente pelo SUS.
Prazo para valer
O relator na CCJ, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), fez apenas uma mudança: suprimiu o prazo de 90 dias dado pela proposta original para que o Executivo regulamentasse a nova lei.
Ele argumentou que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que é nula toda norma que venha a impor prazo para que outro poder execute atribuição de sua exclusiva competência, como a de regulamentar leis. “Com isso a proposta segue sem prejuízos, e esperamos que o governo regulamente a medida no menor prazo possível”, disse.
Atenção básica e especializada
A política será implementada tanto na chamada atenção básica à saúde, quanto na atenção especializada.
Na atenção básica (Unidades Básicas de Saúde e Núcleo de Apoio à Saúde da Família) serão identificados os indivíduos com problemas relacionados a anomalias congênitas, erros inatos do metabolismo, doenças geneticamente determinadas e doenças raras não genéticas. A ideia é que os portadores de doenças raras sejam identificados precocemente, no pré-natal ou ainda recém-nascidos, e que recebam o tratamento adequado desde a primeira infância. A política prevê ainda o suporte às famílias dos pacientes com doenças raras.
Já na atenção especializada (Unidades de Atenção Especializada e Reabilitação e centros de referência) será realizado o acompanhamento especializado multidisciplinar e os demais procedimentos dos casos encaminhados pela atenção básica.
Centros de referência
Conforme o texto, cada estado deverá estruturar pelo menos um centro de referência, que deve, na medida do possível, aproveitar a estrutura já existente em universidades e hospitais universitários.
A proposta estabelece ainda que os estabelecimentos de saúde habilitados em apenas um serviço de reabilitação passarão a compor a rede de cuidados à pessoa com doença rara. O objetivo é dar assistências aos pacientes sem tratamento disponível no âmbito do SUS. A ideia é que esses centros possam se articular com a rede do SUS, para acompanhamento compartilhado de casos, quando necessário.
Medicamentos órfãos
A política reconhece o direito de acesso dos pacientes diagnosticados com doenças raras aos cuidados adequados, o que inclui a provisão de medicamentos órfãos (aquele destinado ao diagnóstico, prevenção e tratamento de doença rara). Pelo texto, a necessidade de utilização desses medicamentos órfãos deverá ser determinada pelos centros de referência do SUS e reavaliada a cada seis meses.
Segundo o texto, a incorporação do medicamento órfão pelo SUS deverá ser considerada sob o aspecto da relevância clínica, e não sob o aspecto da relação custo-efetividade. A proposta diz ainda que os medicamentos órfãos destinados ao tratamento de doenças raras terão preferência na análise para concessão de registro sanitário junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estabelece algumas regras para facilitar esse registro.
Reportagem – Marcello Larcher
Edição – Natalia Doederlein
domingo, 31 de julho de 2016
Leucodistrofias indeterminadas, um novo caso de leucoencefalopatia vacuolizante com megalencefalia
Dentro das doenças da substância branca (SB), as perturbações da mielinização, e dentro destas as leucodistrofias, representam um papel importante no campo da neurologia pediátrica. Embora classicamente tenham sido classificadas segundo o seu defeito metabólico, fosse esse conhecido ou não, na actualidade o grande avanço da neuroimagem esclareceu muitas doenças genéticas que afectam a substância branca, dando origem a novas classificações. Dentro do grupo de etiologia desconhecida são agrupadas as denominadas leucodistrofias indeterminadas (LDI), caracterizadas pelo seu início na infância com curso clínico habitualmente mais moderado, e neuroimagem (tomografia computorizada –CT–, ressonância magnética –RM–) com uma alteração simétrica, bilateral e difusa do sinal da substância branca. O estudo e a investigação dos padrões de RM permitiram isolar duas entidades clínicas novas do grupo das LDI: leucodistrofia com megalencefalia e quistos temporais (Van der Knaap, 1995), para a qual actualmente é preferido o termo de leucoencefalopatia vacuolizante com megalencefalia (VLE), e o síndroma CASH (ataxia infantil com hipomielinização central ou vanishing white matter disease) (Van der Knaap, 1997). Doentes e métodos. Apresentamos uma revisão de nove casos de LDI com uma evolução média de 13 anos, que foram estudados com o protocolo do grupo de trabalho europeu de doenças desmielinizantes (ENBDD), um dos quais cumpre critérios clínicos e radiológicos para o diagnóstico de leucoencefalopatia vacuolizante com megalencefalia: início na primeira infância, macrocefalia, estudo metabólico negativo, evolução moderada e alteração bilateral, simétrica e difusa do sinal da SB, com presença de edema e quistos subcorticais temporais. Conclusão. Comentam-se os artigos mais relevantes e recentemente publicados sobre esta doença.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
BUSCANDO A CURA PARA DOENÇAS RARAS
IRENE HDEZ . VELASCO Nápoles
Atualizado: 2014/05/09 05:10
Por definição , uma doença rara, é um que afecta não mais do que um em cada 2.000 pessoas , ou seja, 0,05 % da população . Enquanto as doenças realmente raros são geralmente bastante inacabado : a maioria é tão raro que normalmente afeta apenas uma em 100.000. Contudo, desde há cerca de 7.000 doenças raras , a grande maioria de tipo genético , esse minúsculo grupo no final é bastante volumoso. Estima-se que o número de pessoas que tiveram doença rara em algum momento de sua vida na Europa equivale a mais de 30 milhões de pessoas.
Eles não só têm de lidar com doenças absolutamente terríveis e quase sempre ignoradas pelas políticas estaduais. Além disso , as empresas farmacêuticas não estão interessadas em financiamento geralmente mostram as pesquisas sobre drogas caro que então será direcionado a um segmento muito restrito da população e cuja comercialização nunca ou quase nunca cobrem seus enormes custos de produção.
Um grupo de italianos afetados pela distrofia muscular, uma daquelas doenças raras terríveis , lançado em 1990 Telethon -presidida por Luca Cordero di Montezemolo , presidente da Ferrari , uma fundação sem fins lucrativos , cujo objetivo é fazer com que através da primeira linha de pesquisa científica, para encontrar uma cura para uma das doenças raras. Os números falam por si: nestes 24 anos Telethon financiado com 394.000.000 € 2.477 projetos de pesquisa relacionados a 449 doenças , os envolvidos 1.547 cientistas que identificaram 25 doenças genéticas raras genes responsáveis e desenvolver 27 estratégias terapêuticas .
"Agora, aqui estudamos 30 doenças genéticas raras ", diz Gratiana Diez- Roux, chefe do departamento científico TIGEM , o maior dos três centros de pesquisa Telethon e está prestes a se mudar para uma nova sede em 4500 metros praça em Nápoles, a cidade está localizada . Aqui 180 pessoas que trabalham para desenvolver novas terapias que visam o tratamento de doenças genéticas raras . E as expectativas são altas.
Agora, por exemplo , os cientistas TIGEM ( as iniciais significam Telethon Instituto de Genética e Medicina) estão colaborando com a Universidade da Pensilvânia e da Universidade de Nápoles, em cerca de ensaios clínicos sendo realizados em os EUA com pacientes por degeneração da retina genética. Estes laboratórios têm desenvolvido um vector viral , um mecanismo que é trazer o gene saudável olho . " Inicialmente injetado em vinte pacientes e logo começou a ver . As primeiras sombras e, em seguida formas " , diz peito para fora Gratiana Diez- Roux. " Todos os estudos pré-clínicos foi realizado aqui , e agora o teste é realizado nos EUA mas em pacientes italianos . "
Também aqui você pode obter a cura para MPS6 , um tipo de doença metabólica causada por um acúmulo de lisonoidal . O lisossoma , de entender, é a forma como as células do incinerador , destruindo o lixo. Se não está funcionando corretamente , o lixo tóxico que se acumula , assim que o jovem , enquanto inicialmente parecia saudável e robusto começam a mostrar sinais da doença. No centro está a desenvolver uma terapia com um vector viral que no início de testes de laboratório tem sido bem sucedida . "Estamos à espera de obter permissão para experimentá-lo em pessoas. Esperamos começar ainda este ano " , diz o chefe do departamento de ciência.
De TIGEM , a terapia genética veio no ano de 2002 foi aplicado pela primeira vez duas meninas afetados por imunodeficiência combinada severa ( SCID - ADA , de acordo com a sua sigla em Inglês) . Pequeno respondeu com sucesso ao tratamento , que em 2005 recebeu a bênção do Food and Drug Administration , a agência dos EUA que é responsável por autorizar terapias. Mais recentemente, em 2013 , eles fundaram a terapia genética para seis crianças com duas doenças raras ( leucodistrofia metacromática e três síndrome de Wiskott -Aldrich ), cujos resultados foram publicados na revista Science.
Este centro de investigação é liderada pelo geneticista Andrea Ballabio , ex- co- diretor do Centro do Genoma Humano do Baylor College of Medicine , em Houston, Texas , um instituto de pesquisa de grande prestígio . Entre outras razões, os elevados critérios de objetivos de controle e conformidade exige que seus cientistas. "O nível é muito alto ", diz Diego Medina , especialista em biologia molecular líder Sevilla TIGEM e sete anos se passaram antes que o EMBL , o Laboratório Europeu de Biologia Molecular , em Roma.
As empresas farmacêuticas sempre foi distinguido, dando volta para doenças genéticas raras . Mas agora mais e estão mais interessados neles. " Eles perceberam que a compreensão das doenças genéticas raras pode aprender os mecanismos biológicos que podem ser extrapolados para outras doenças ", argumenta Diez- Roux.
A prova desta mudança de mentalidade é que TIGEM assinou um par de anos atrás, uma parceria com a Shire Pharmaceutical , em que se compromete a trazer para a mesa 22.000.000 € ao longo de cinco anos para encontrar terapias que tratam doenças genéticas raras . "Precisamos de dinheiro. Mudando de investigação científica para desenvolver um custo muito terapia ", nas palavras do chefe do departamento científico do centro.
terça-feira, 29 de abril de 2014
Pacientes com doenças raras terão acompanhamento a distância
Ministério da Saúde incluirá na assistência a esses pacientes o acompanhamento por especialistas pela internet, telefone e videoconferência
Dentro do processo de implementação da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, o Ministério da Saúde publicará nova portaria neste mês que atualiza e define as regras para o aconselhamento genético, que vai poder ser feito por equipe multiprofissional habilitada. Quando se tratar de diagnóstico médico, tratamento clínico e medicamentoso, será obrigatória a presença de um médico geneticista. É obrigatória também a elaboração de laudo pelo profissional que faz o aconselhamento genético e que ele seja anexado ao prontuário do paciente.
domingo, 2 de março de 2014
Doenças raras atingem mais de meio bilhão de pessoas
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
NOS (Not Otherwise Specified), que significa 'Sem Outras Especificações
Shara
"Todos especialistas dizem que ele não é autista, não é asperger, enfim, que ele não é nada além de uma criança que se encaixa na sigla NOS (Not Otherwise Specified), que significa 'Sem Outras Especificações', mas que faz parte do spectrum autista", escreveu o apresentador.
Para Mion, o fato de não haver um diagnóstico preciso transforma Romeo em uma criança singular. "Ele pode ser ele. Com todo seu potencial, seu jeito único, suas características, vitórias e limitações, e não o que um especialista determine que ele seja. O diagnóstico é a maneira mais eficaz de limitar alguém, de não ver sua beleza e singularidade. Qualquer criança que pertence ao spectrum, seja qual for a especificação, tem uma luz única, diferente e seu caminho é ilimitado", opinou.
Ele ainda fez um apelo aos pais para que sempre estimulem seus filhos especiais, lhes dando apoio e amor. "Romeo vive uma vida normal, na escola, nas atividades, com família e amigos e é amado por todos que o cercam", finalizou.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Cientistas fazem novo mapeamento genético do autismo
- Pesquisadores conseguiram definir onde exatamente no cérebro e quando durante o seu período de desenvolvimento ocorrem mutações relacionadas com o transtorno
Projetos de sequenciamento genético vêm revelando que existem centenas de genes associados ao autismo. Na nova pesquisa, um mapeamento da expressão genética focou em apenas nove genes, mais fortemente ligados ao transtorno. Eles notaram que este conjunto de genes contribuiu para anormalidades em células cerebrais conhecidas como neurônios corticais, localizadas na camada mais profunda do córtex pré-frontal, durante o desenvolvimento do feto.
- Isto sugere fortemente que, embora existam centenas de genes de risco de autismo, o número de mecanismos biológicos subjacentes é muito menor. Esta é uma pista muito importante para o avanço da medicina de precisão para o autismo e para o desenvolvimento de terapias personalizadas - disse disse Matthew State, presidente do Departamento de Psiquiatria da universidade e especialista na genética dos transtornos do desenvolvimento neurológico.
O transtorno do espectro autista tem forte componente genético, é marcado por deficiências na interação social e no desenvolvimento da linguagem, por comportamentos repetitivos e interesses restritos. Ele é extremamente complexo, com uma grande variedade de sintomas e graus de gravidade.
E, pelo que cientistas vêm notando, parece não resultar de pequenas mutações compartilhadas entre todos os indivíduos afetados. Ao contrário, os novos métodos de sequenciamento mostram que pode existir uma combinação de mutações raras e espontâneas com fatores genéticos ou não que causam o espectro.
De acordo com algumas estimativas, mutações em mais de mil genes podem desempenhar um papel. State ressalta que a complexa arquitetura genética do espectro é desafiadora:
- Se existem mil genes que podem contribuir para o risco em diferentes graus e que cada um tem múltiplas funções, não é fácil definir o que realmente está relacionado com o autismo. Mas sem isto, é muito difícil pensar em novas e melhores terapias.
No estudo, a equipe selecionou “sementes” dos nove genes e usou dados do atlas digital BrainSpan, que mostra como e onde os genes são expressos no cérebro humano durante a vida. Os autores conseguiram então provar que as mutações ocorriam nos neurônios corticais, encontrados nas camadas cinco e seis do córtex pré-frontal, entre dez e 24 semanas depois da concepção.
- Pela primeira vez, foi possível ter uma ideia forte sobre quando e onde no cérebro é que devemos observar genes específicos e mutações específicas - disse Jeremy Willsey, coordenador do estudo.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
A partir do dia 2 de janeiro de 2014, os planos de saúde serão obrigados a bancar exames de alta complexidade para o rastreamento de 29 doenças genéticas.
ANS amplia cobertura nacional de exames genéticos
- Planos terão que pagar por análises preventivas de doenças hereditárias
MLC1 e Glial-Cam
Megaencefalia com Encefalopatia com cistos subcorticais MLC1, cistos esses existentes desde o principio e geralmente bem localizados subcorticais, muito confundida com Mielina Evanescente também descrita pela Dra Van der Knaap, alguns casos muito raros pode ter macrocefalia e associada com ataxia é uma doença lentamente progressiva, podendo apresentar cistos tardio.
Na Megaencefalia recentemente descobriu-se mutações em dois genes MLC1 e Glial- Cam , sendo que no Glial- Cam tem o padrão similar a MLC1 com duas formas de herança, sendo a primeira recessiva ( uma forma de mutação do pai e uma forma de mutação da mãe ) ou a forma dominante ( mutação do pai ou da mãe ) possivelmente um deles pode ter a macrocefalia. Na forma dominante geralmente o resultado da ressonância magnética melhora chegando até a normalizar-se.
Por isso no início a Glial-Cam é igual a MLC1 e quando há apenas uma mutação obtem -se melhora, já com as duas formas de mutação geralmente o quadro é mais crônico , mas não progressivo sendo esse o diferencial.
A MLC1 foi a primeira grande descoberta em 1995 pela Dra Van der Knaap que recentemente veio a descobrir que na verdade não é um gene de mielina como todos imaginavam e sim um gene que regula a entrada de água no cérebro, por isso há impressão de edema cerebral nas ressonâncias.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Descrição de Leucodistrofia
cérebro com obstrução de mielina ou com a mielina alterada, é
um subgrupo das Leucoencefalopatias.
Leucoencefalopatia é um termo mais amplo, é qualquer
alteração na substância branca do cérebro, como doença de
Canavan, Alexander, MLC1 e outras nunca descritas.
Um dos tipos mais conhecido de Leucodistrofia é a ADL
Novas esperanças em reverter ou interromper o processo em muitas Leucodistrofias
( Centro Universitário VU Medical , Amsterdam , Holanda) discutiram o mais recente
entendimento de doenças que afetam edema da substância branca do cérebro . Estes incluem subgrupos de doenças que alteram hipomielinizante difusão da água dentro de astrócitos levando a inchaço celular, formação de mielina vacúolo e macrocefalia . Alguns pacientes têm tremor , ataxia e distonia , mas não mostram a deterioração esperado ao longo do tempo . Em MLC , há evidências de difusão de água anormal na ressonância magnética , e os pacientes apresentam . Estudos recentes indicam que a proteína MLC1 interage com duas outras proteínas ( glialcam e CLCN2 ) em endfeet astrócitos , que é importante para a actividade normal do canal de cloreto . Mutações nos genes para estas proteínas resulta em acumulação perturbado água em mielina , macrocefalia , atraso no desenvolvimento , convulsões e outros sintomas . Alguns pacientes com MLC tipo II pode até mostrar um fenótipo melhorar ao longo do tempo . No geral, novo entendimento nas causas de regulação da água no cérebro pode trazer idéias sobre maneiras de reverter ou interromper o processo em muitos dos leukodystrophies caracterizadas por edema da substância branca do cérebro "
http://ulf.org/wp-content/uploads/2011/08/ULF-Fall-Winter-2013-2014-Newsletter.pdf
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Lançamento livro Doenças Raras de A a Z
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Novos casos suspeitos de Síndrome de Van der Knaap
Em pensar que lá atrás em 2006 achávamos que estávamos só...
E devagarinho foi surgindo um anjinho e mais outro e mais outro ... e hoje já são 13 anjinhos sendo 07 anjinhos no Brasil ( Pedro, A...
Insisto em dizer que não é uma mera coincidência, se Deus nos colocou no mesmo caminho é porque temos uma missão muito importante a cumprir e essa missão já está tendo uma dimensão a nível mundial.
O que eu mais desejo é que mesmo com distância possamos nos unir cada vez mais, nas dificuldades, nas vitórias e nas conquistas.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Síndrome de Van der Knaap
Com imagens características através da ressonância nuclear magnética (RNM), estudos mais aprofundados da nova enfermidade foram propostos pelos autores, assim ...como os critérios para diagnóstico.
A princípio, acreditava-se que a doença tinha por característica o aparecimento de sintomatologia nos primeiros anos de vida. Contudo, acompanhando os artigos médicos disponibilizados recentemente, observamos não podemos estabelecer com precisão este dado. Assim, os sintomas podem variar, como variam os tipos de mutação genética que a doença apresenta.
Que temos ciência, no Brasil, não foram contabilizados mais de dez casos. Com relatos provenientes de Índia, Tunísia, Turquia, Israel, Japão, EUA, China, entre outros países, podemos considerar que existam em torno de cem casos registrados pela literatura médica ao redor do mundo.
Acreditamos que, em função da especificidade do processo de diagnóstico e da dificuldade do acesso à Ressonância Magnética em algumas regiões, assim como a variação do quadro de sintomas, podem existir muitos outros portadores em condição de sub-diagnóstico.
O nome científico dado à síndrome é LEUCOENCEFALOPATIA MEGALENCEFÁLICA. Dentro desta denominação existem variações genéticas:
• Leucoencefalopatia Megalencefálica com Cistos Subcorticais
• Leucoencefalopatia Megalencefálica com Substância Branca Evanescente e Cistos Subcorticais
• Ataxia da infância com Hipomielinização Central
• Síndrome de Van der Knaap Tipo II GLIAL CAM
A Síndrome de Van der Knaap é uma doença provavelmente autossômica recessiva (é caracterizada por atingir homens e mulheres na mesma proporção e induzida pelo gene recessivo originado do cruzamento genético dos pais do indivíduo).
A doença ataca principalmente uma parte do axônio, chamada bainha da mielina. Esta parte do axônio envolve os tratos nervosos no Sistema Nervoso Central e Periférico, constituída de camadas biomoleculares de lipídeos intercaladas com proteínas.
A mutação genética, que desencadeia a doença cria um processo no qual ocorre uma degeneração progressiva da bainha da mielina.
O grande questionamento que temos acompanhado nas pesquisas ao redor do mundo é: os portadores nascem com a mielina insuficiente, ela se degenera com o tempo, ou existe alguma ineficiência nos processos de alimentação celular a nível neuronal? Esta é uma das grandes incógnitas ainda a ser identificada na doença.
Outros sintomas neurológicos desencadeados são:
Aumento da substância branca (parte do cérebro constituída pelas fibras nervosas e por células da glia. Estas fibras são cobertas por mielina, um material lipídico brancacento); compressão da substância cinzenta (substância constituída pelos corpos celulares dos neurônios e suas células de sustentação "células da glia". É cinzenta por conter muitas células e pouca mielina); possível aparecimento de cistos.
SINTOMAS
As características e sintomas podem variar de acordo com o portador e o tipo de Leucoencefalopatia. A título de informação citaremos alguns dos sintomas mais característicos:
1 - Macrocefalia ou aumento do perímetro cefálico PC (crânio aumentado, mas não é uma regra);
2 - Desenvolvimento psicomotor inicial normal ou moderadamente afetado;
3 - Aparecimento na infância de episódios de deterioração neurológica ou curso crônico progressivo. Esta deterioração pode ser precedida por quadro infeccioso ou por traumatismo cranioencefálico moderado;
4 - Presença de quadro neurológico caracterizado por sinais piramidais, ataxia cerebelar (perda da coordenação motora), atrofia óptica (dificuldade ou perda da visão), epilepsia e preservação das funções mentais;
5 - Envolvimento simétrico da substância branca dos hemisférios cerebrais os quais apresentam à RNM sinal semelhante ao líquido céfalorraquidiano (LCR ou Líquor, é um fluido corporal estéril e de aparência clara que ocupa o espaço subaracnóideo no cérebro), bem como atrofia cerebelar com envolvimento primário do vermis (parte mediana do cerebelo que faz saliência na face superior do órgão, entre os dois hemisférios "vérmis superior", e que se aprofunda na grande fenda mediana do cerebelo na face inferior "vérmis inferior").
A idade não foi usada como critério diagnóstico, porque estudos realizados com relação à variação fenotípica da doença demonstraram não haver relação entre a idade de inicio do aparecimento dos sintomas e a evolução.
Depois dos trabalhos iniciais, vários autores têm relatado a ocorrência desta nova enfermidade na literatura pertinente. Por se tratar de enfermidade que apresenta diferentes alterações reveladas pela RNM, trabalhos recentes têm procurado abolir a denominação de Síndrome de Van der Knaap, para referir uma nomenclatura baseada nos achados neurorradiológicos: Leucoencefalopatia Megalencefálica com Cistos Subcorticais ou Leucoencefalopatia Megalencefálica com Substância Branca Evanescente (alternativamente chamada de Ataxiada da Infância com Hipomielinização Central).
Os sintomas acima citados são primários, visto que cada caso concreto pode desencadear ainda outras ocorrências, comuns a todos os casos ou singulares a somente um portador.
No fórum existe um volume de informações biomédicas bem mais detalhado. O perfil no Facebook", SINDROME DE VAN DER KNAAP", são ferramentas através das quais partilhamos vivências e dividimos informações novas. Acesse essas ferramentas e cadastre-se.
O intuito deste trabalho é esclarecer as famílias que lidam com a doença e procuram apoio, tendo também o caráter informativo que visa mobilizar mídia, e profissionais da área biomédica . visitem também o site : http://www.sindromedevanderknaap.com.br/
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Ministério da Saúde promete lançar em outubro política nacional para pessoa com doença rara
— Ouvimos os pacientes, familiares e associações e vamos criar um grupo de trabalho para formatar a política. O atendimento será multiprofissional, com tratamento e reabilitação do paciente — promete José Eduardo Fogolin, coordenador de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde.
O próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comprometeu-se no ano passado, em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, a lançá-la em 2013. O governo planeja publicar em outubro a portaria que vai instituir a política nacional.
De acordo com Fogolin, caberá à atenção básica investigar e acolher o paciente com doença rara e encaminhá-lo para centros de referência quando necessário. O governo quer integrar o tratamento com as redes Cegonha, o que permitiria o diagnóstico precoce, e a Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência, que ajudaria na reabilitação física. O governo deve ainda incluir mais protocolos e exames no SUS:
— O lançamento da política nacional deve incentivar a formação de geneticistas.
Pacientes e médicos prometem manter a fiscalização e a cobrança sobre o governo. Lembram bem que, apesar de o governo ter publicado a Política Nacional de Atenção em Genética Clínica em janeiro de 2009, poucas daquelas ações saíram do papel.
domingo, 14 de julho de 2013
12 coisas para ensinar a seus filhos sobre crianças com deficiência
Infelizmente, como a autora do artigo abaixo, cresci numa sociedade em que as pessoas com deficiência ainda ficavam presas em casa ou em instituições. As poucas crianças com que tive contato eram como ETs e meus pais nunca falaram sobre esse assunto comigo.
Hoje sou mãe da Amanda, de 8 anos, que tem síndrome de Down.
Felizmente o mundo está mudando e se tornando um lugar para todos. Aproveite essa oportunidade e fale mais com o seu filho sobre o coleguinha com deficiência da escola dele, aproxime-se e estimule a amizade deles. Você vai ver que todo mundo sai ganhando com isso.
Patricia Almeida
Inclusive – Inclusão e Cidadania
12 coisas para ensinar a seus filhos sobre crianças com deficiência
Eu cresci sem conhecer nenhuma outra criança com deficiência além do Adam, um visitante frequente do resort ao qual nossas famílias iam todos os verões. Ele tinha deficiência intelectual. As crianças zombavam dele. Fico envergonhada de admitir que eu zombei também; meus pais não faziam idéia. Eles eram pais maravilhosos, mas nunca pensaram em ter uma conversa comigo sobre crianças com deficiência.
E, então, eu tive meu filho Max; ele teve um AVC no nascimento que levou à paralisia cerebral. De repente, eu tinha uma criança para quem outras crianças olhavam e cochichavam a respeito. E eu desejei tanto que seus pais falassem com elas sobre crianças com deficiência.
Já que ninguém recebe um “manual de instrução sobre paternidade”, algumas vezes, pais e mães não sabem muito o que dizer. Eu entendo perfeitamente; se eu não tivesse um filho com deficiência, eu também me sentiria meio perdida. Então, eu procurei mães de crianças com autismo, paralisia cerebral, síndrome de Down e ocorrências genéticas para ouvir o que elas gostariam que os pais e mães ensinassem a seus filhos sobre os nossos filhos. Considere como um guia, não a bíblia!
1) Pra começar, não tenha pena de mim
“Sim, algumas vezes, eu tenho um trabalhão — mas minha vida não é nenhuma tragédia. Meu filho é um menino brilhante, engraçado e incrível que me traz muita alegria e que me enlouquece às vezes. Você sabe, como qualquer criança. Se você tiver pena de mim, seu filho vai ter também. Aja como você agiria perto de qualquer outro pai ou mãe. Aja como você agiria perto de qualquer criança.”
— Ellen Seidman, do blog “Love That Max”; mãe do Max, que tem paralisia cerebral
2) Ensine seus filhos a não sentir pena dos nossos
“Quando a Darsie vê crianças (e adultos!) olhando e encarando, ela fica incomodada. Minha filha não se sente mal por ser quem ela é. Ela não se importa com o aparelho em seu pé. Ela não tem pena de si mesma. Ela é uma ótima garota que adora tudo, de cavalos a livros. Ela é uma criança que quer ser tratada como qualquer outra criança—independente dela mancar. Nossa família celebra as diferenças ao invés de lamentá-las, então nós te convidamos a fazer o mesmo.”
— Shannon Wells, do blog “Cerebral Palsy Baby”; mãe da Darsie, que tem paralisia cerebral
3) Use o que eles tem em comum
“Vai chegar uma hora em que o seu filhinho vai começar a te fazer perguntas sobre por que a cor de uma pessoa é aquela, ou por que aquele homem é tão grande, ou aquela moça é tão pequena. Quando você estiver explicando a ele que todas as pessoas são diferentes e que nós não somos todos feitos do mesmo jeito, mencione pessoas com deficiências. Mas tenha o cuidado de falar sobre as similaridades também—que uma criança na cadeira de rodas também gosta de ouvir música, e ver TV, e de se divertir, e de fazer amigos. Ensine aos seus filhos que as crianças com deficiência são mais parecidas com eles do que são diferentes.”
— Michelle, do blog “Big Blueberry Eyes”; mãe da Kayla, que tem Síndrome de Down
4) Ensine as crianças a entender que há várias formas de se expressar
“Meu filho Bejjamin faz barulhos altos e bem agudos quando ele está animado. Algumas vezes, ele pula pra cima e pra baixo e sacode os braços também. Diga aos seus filhos que a razão pela qual crianças com autismo ou com outras necessidades especiais fazem isso é porque elas tem dificuldades pra falar, e é assim que elas se expressam quando estão felizes, frustradas ou, algumas vezes, até mesmo por alguma coisa que estão sentindo em seus corpos. Quando Benjamim faz barulhos, isso pode chamar a atenção, especialmente se estamos em um restaurante ou cinema. Então, é importante saber que ele não pode, sempre, evitar isso. E que isso é, normalmente, um sinal de que ele está se divertindo.”
— Jana Banin, do blog “I Hate Your Kids (And Other Things Autism Parents Won’t Say Out Loud)”; mãe de Benjamin, que é autista
5) Saiba que fazer amizade com uma criança especial é bom para as duas crianças
“Em 2000, quando meu filho foi diagnosticado com autismo, eu tive muita dificuldade em arrumar amiguinhos para brincar com ele. Vários pais se assustaram, a maior parte por medo e desconhecimento. Fiquei sabendo que uma mãe tinha medo do autismo do meu filho ser “contagioso”. Ui. Treze anos mais tarde, sou tão abençoada por ter por perto várias famílias que acolheram meu filho de uma forma que foi tão benéfica para o seu desenvolvimento social. Fico arrepiada só de pensar nisso. A melhor coisa que já ouvi de uma mãe foi o quanto a amizade com o meu filho foi importante para o filho dela! Que a sua proximidade com o RJ fez dele uma pessoa melhor! Foi uma coisa tão bonita de se dizer. Quando tivemos o diagnóstico, ouvimos que ele nunca teria amigos. Os amigos que ele tem, agora, adorariam discordar. Foram os pais deles que facilitaram essa amizade e, por isso, serei eternamente grata.”
— Holly Robinson Peete, fundadora (com o marido Rodney Peete) da Hollyrod Roundation; mãe do RJ, que é autista (é ele, na foto abaixo, com sua irmã Ryan)
6) Encoraje seu filho a dizer “oi”
“Se você pegar seu filho olhando pro meu, não fique chateada — você só deve se preocupar se ele estiver sendo rude, mas crianças costumar reparar umas nas outras. Sim, apontar, obviamente, não é super educado, e se seu filho apontar para uma criança com deficiência, você deve dizer a ele que isso é indelicado. Mas quando você vir seu filho olhando para o meu, diga a ele que a melhor coisa a fazer é sorrir pra ele ou dizer “oi”. Se você quiser ir mais fundo no assunto, diga a ele que crianças com necessidades especiais nem sempre respondem da forma como a gente espera, mas, ainda assim, é importante tratá-las como tratamos as outras pessoas.”
— Katy Monot, do blog “Bird On The Street”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral.
7) Encoraje as crianças a continuar falando
“As crianças sempre se perguntam se o Norrin pode falar, especialmente quando ele faz seu “barulhinho alto característico”. Explique ao seu filho que é normal se aproximar de outra criança que soa um pouco diferente. Algumas crianças podem não conseguir responder tão rápido, mas isso não significa que elas não têm nada a dizer. Peça ao seu filho para pensar no seu filme favorito, lugar ou livro—há grandes chances da outra criança gostar disso também. E a única forma dele descobrir isso é perguntando, da mesma forma que faria com qualquer outra criança.”
— Lisa Quinones-Fontanez, do blog “Autism Wonderland”; mãe do Norrin, que é autista
8) Dê explicações simples
“Algumas vezes, eu penso que nós, pais, tendemos a complicar as coisas. Usando algo que seus filhos já conhecem, que faça sentido pra eles, você faz com que a “necessidade especial” se torne algo pessoal e fácil de entender. Eu captei isso uns anos atrás, quando meu priminho me perguntou “por que o William se comunicava de forma tão diferente dele e de seus irmãos”. Quando eu respondi que ele simplesmente nasceu assim, a resposta dele pegou no ponto: “Ah, assim como eu nasci com alergias”. Ele sabia como era viver com algo que se tem e gerenciar para viver diariamente. Se eu tivesse dito a ele que os músculos da boca de William tem dificuldade em formar palavras, o conceito teria se perdido na cabeça dele. Mas alergia fazia sentido pra ele. Simplicidade é a chave.”
— Kimberly Easterling, do blog “Driving With No Hands”; mãe do William e da Mary, ambos com Síndrome de Down
9) Ensine respeito às crianças com seus próprios atos
“Crianças aprendem mais com suas ações que com suas palavras. Diga “oi” para a minha filha. Não tenha medo ou fique nervosa perto dela. Nós realmente não somos tão diferentes de vocês. Trate minha filha como trataria qualquer outra criança (e ganhe um bônus se fizer um comentário sobre o lindo cabelo dela!). Se tiver uma pergunta, faça. Fale para o seu filho sobre como todo mundo é bom em coisas diferentes, e como todo mundo tem dificuldades a trabalhar. Se todo o resto falhar, cite a frase do irmão de Addison: “bem, todo mundo é diferente!”.”
— Debbie Smith, do blog “Finding Normal”; mãe de Addison, que tem Trissomia 9
10) Ajude as crianças a ver que, mesmo crianças que não falam, entendem
“Nós estávamos andando pelo playground e a coleguinha da minha filha não parava de encarar o meu filho, que é autista e tem paralisia cerebral. Minha filha chamou a atenção da colega rapidinho: “Você pode dizer “oi” pro meu irmão, sabe? Só porque ele não fala, não significa que ele não ouve você”. Jack não costuma falar muito, mas ele ouve tudo ao redor dele. Ensine aos seus filhos que eles devem sempre assumir que crianças com deficiência entendem o que está sendo dito, mesmo sem poderem falar. É por isso que eles não vão dizer “o que ele tem de errado?”, mas poderão até dizer “Como vai?”.”
— Jennifer Byde Myers, dos blogs “Into The Woods” e “The Thinking Person’s Guide To Autism”; mãe do Jack, que tem autismo e paralisia cerebral.
11) Inicie uma conversa
“Nós estávamos no Museu das Crianças e um garotinho não parava de olhar para Charlie com seu andandor, e a mãe dele sussurrou em seu ouvido para não encarar porque isso era indelicado. Ao invés disso, eu adoraria que ela tivesse dito “esse é um andador muito interessante, você gostaria de perguntar ao garotinho e à sua mãe mais a respeito dele?”.”
— Sarah Myers, do blog “Sarah & Joe (And Charlie Too!)”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral
12) Não se preocupe com o constrangimento
“Vamos combinar de não entrar em pânico caso seu filho diga algo embaraçoso. Você sabe, tipo se nós estivermos na fila do Starbucks e o seu filho olhar para a Maya e pra mim e disser algo como “Eca! Por que ela está babando?” ou “Você é mais gorda que a minha mãe”. Embora esses não sejam exemplos de início de conversas ideais, eles mostram que o seu filho está interessado e curioso o suficiente para fazer contato e perguntar. Por favor, não gagueje um “mil desculpas” e arraste seu filho pra longe. Vá em frente e diga baixinho o pedido de desculpas, se você quiser, mas deixe-me aproveitar a oportunidade: vou explicar a parte da baba e apresentar Maya e contar da paixão dela por crocodilos, e você pode ser a coadjuvante no processo, dizendo “lembra quando nós vimos crocodilos no zoológico?” ou coisa parecida. Quando chegarmos ao caixa, o constrangimento vai ter passado, Maya terá curtido conhecer alguém novo, e eu terei esperanças de que seu filho conseguiu ver Maya como uma criança divertida, ao invés de uma “criança que baba”. (E eu irei simplesmente fingir que não ouvi a parte do “mais gorda que a minha mãe”).”
— Dana Nieder, do blog “Uncommon Sense”; mãe da Maya, que tem uma síndrome genética não diagnosticada
Traduzido por Andréa Werner, do blog “Lagarta Vira Pupa“, com revisão de Patricia Almeida
Por Ellen Seidman, do blog “Love That Max“